Exames e Provas digitais: O que falta provar?

Até podemos gerar milhões de conteúdos através de inteligência artificial, planear viagens interplanetárias, criar computadores quânticos, talvez até estejamos no limiar das centrais de fusão nuclear, de autómatos subirem ao 10º F para nos entregarem as encomendas, de passarmos a ter chips no cérebro, mas quando é para avaliar conhecimentos dos futuros engenheiros que nos vão assegurar tudo isto, ficamos pelo papel. Onde estão os exames digitais?

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Exames e Provas digitais: O que falta provar?
Fígura de ondas técnologicas azul

Até podemos gerar milhões de conteúdos através de inteligência artificial, planear viagens interplanetárias, criar computadores quânticos, talvez até estejamos no limiar das centrais de fusão nuclear, de autómatos subirem ao 10º F para nos entregarem as encomendas, de passarmos a ter chips no cérebro, mas quando é para avaliar conhecimentos dos futuros engenheiros que nos vão assegurar tudo isto, ficamos pelo papel. Onde estão os exames digitais? Continuamos a falar muito, mas a adiar a implementação. 

A internet das coisas ainda não está em todas as coisas e há outras coisas que tornam a nossa internet lenta. Coisas tão simples como computadores obsoletos, processadores que não processam, extensões elétricas que não se estendem o suficiente, ausência de rede ou software duvidoso. 

Olhamos para um admirável mundo de prodígios tecnológicos e percebemos que a nossa capacidade de criação anda muito mais rápido do que o nosso potencial para implementar. Estaremos a inventar acima das nossas possibilidades? 

Vantagens das provas digitais 

Acreditar num mundo onde os nossos estudantes façam as suas provas através de meios digitais não exige muita imaginação. Testes, inquéritos, jogos e exames são hoje feitos aos milhões um pouco por todo o mundo. 

A flexibilidade é entusiasmante, permitindo criar uma grande diversidade de interações e desafios, difíceis de reproduzir em meios convencionais, garantindo um feedback imediato ou, pelo menos, muito mais célere. 

Mas há mais vantagens, os alunos não têm de realizar no mesmo local, à mesma hora, os mesmos desafios. É uma vantagem extraordinária, basta pensarmos em estudantes com limitações físicas.  

Essa relação umbilical entre a escola e a comunidade local pode ser profundamente quebrada com meios digitais que assegurem aprendizagens em diferentes contextos e grupos. É algo que já existe, pelo que os exames digitais serão indissociáveis dessa realidade. 

Mas lembremos também essa utopia que não nos larga, a individualização. Os exames digitais permitirão diferenciar tendo em conta as aptidões de cada um. 

Quanto ao resto, é óbvio: menos papel consumido, mais segurança, fiabilidade e equidade no acompanhamento e nas avaliações. O armazenamento de dados permitirá sempre consultar essas informações e, principalmente, usar ferramentas de interpretação e até preparar planos de recuperação ou reforço de aprendizagens. 

O e-Schooling tem já ferramentas que auxiliam alunos, pais e escolas na preparação de exames, identificando individualmente conteúdos e matérias que precisam de ser trabalhadas. 

 

Digital e igualdade de acesso 

Embora todos já tenhamos percebido que este é um caminho sem retorno, devemos acautelar vários aspetos que podem atrasar ou dificultar a transição. 

As aptidões e experiência na utilização dos dispositivos digitais não é igual entre todos os cidadãos. Uma transição muito rápida ou a preparação de uma prova que assente a avaliação nos conhecimentos e desenvoltura digital podem gerar enviesamentos e situações de injustiça ou discriminação. 

Não devemos pôr a competir (e os exames apelam à competição entre os alunos) jovens de escolas e regiões com meios tecnológicos tão díspares, em que teremos grupos que desde crianças usam os últimos gritos da tecnologia e outros debatem-se para tirar máximo proveito com infraestruturas deficientes. E isto é também válido para professores, monitores e formadores que apoiam estes jovens ao longo do seu percurso. 

Se queremos usar todo o potencial dos meios digitais, tem de haver uma aposta séria na segurança online, que garanta a fiabilidade dos resultados e a privacidade dos utilizadores. 

Uma coisa é certa, já existe tecnologia para resolver todos estes problemas.  

 

Aprendizagem e avaliação digital 

Muitos estudos apontam para uma associação entre a escrita manual e os processos de memorização a longo prazo, o desenvolvimento visual e motor e até à expressão artística. Mas atenção, nada disto deverá ser impeditivo para a transição para provas digitais. Se a ciência considerar a escrita manual decisiva para o desenvolvimento dos jovens, teremos de continuar a investir no seu uso ao longo de todo o percurso de aprendizagens. Mas não sejamos ingénuos, as interfaces digitais para registarmos e acedermos ao conhecimento são, e serão ainda mais, indissociáveis da vida de todas as comunidades. Além disso, não param de surgir novas formas de digitalizar informação que já passam pela simulação da escrita manual e prometem outras formas dignas de um bom livro de ficção científica. 

Um pouco por todo o mundo, as provas digitais estão já a ser testadas e implementadas gradualmente, da Europa à China, Estados Unidos ou Brasil. O nível de implementação reflete o grau de generalização dos aspetos fundamentais que enumerámos: equipamentos, rede internet, segurança e preparação de alunos e professores.  

Mas convenhamos, a generalização dos LMS e das plataformas educativas vão acelerar este processo. Basta olhar para um sistema como o e-Schooling para perceber que as relações de aprendizagem são individualizadas, dinamizadas e registadas através da plataforma digital, acelerando criação de conteúdos, avaliações, conversas, consultas de materiais e acompanhamento personalizado. Com um percurso escolar assim, por quanto tempo mais continuaremos a adiar os exames e as provas digitais? 

João Paulo Teixeira

João Paulo Teixeira

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